"Que as coisas continuem como antes, eis a catástrofe!" (Walter Benjamin)

“A cada experiência frustrada, recomeçam. Não encontraram a solução: a encontrarão. Jamais os assalta a idéia de que a solução não exista. Eis aí sua força” (José Carlos Mariátegui)


sábado, 2 de julho de 2011

O Mercador de Veneza

Peça de William Shakespeare

O Mercador de Veneza confronta o que há de melhor e que há de pior na alma humana: tolerância, intolerância, usura, benemerência, amizade, vingança, interesse, paixão, romance e sublime poesia.
Enquadrada entre as comédias do bardo inglês, é uma peça peculiar, pois se desenrola de tal forma, que a dramaticidade impõe-se sobre o gracejo, e desvela seu sentido tragicômico. O enredo transita por duas óticas: de um lado o penhor de uma libra de carne, e o fio condutor romântico, o da escolha do noivo por meio de cofres de diferentes materiais e significados.
O Mercador de Veneza enfoca dois discursos que se frontalizam e onde as personagens não são passíveis de conciliação: Shylock, o judeu e Antônio, o mercador cristão, não nos permitindo, as mais das vezes, um distanciamento impessoal, pois Shakespeare consegue envolver entre as questões que permeiam a tragicomédia, os conflitos que moram no coração dos homens. Nos inquieta porque os princípios éticos e o contexto legal nem sempre se harmonizam e as razões e contra razões se chocam num clima passional, excedendo-se a precariedade jurídica com a exercitação das palavras, das falsas verdades e das manipulações ideológicas.
O “Mercador de Veneza” e sua dialética de drama histórico, nos faz ver que a justiça que não é feita em seu momento preciso, gera injustiça e essa por sua vez torna-se vingança.

Texto extraído do site Oficina de teatro 

Download da peça Aqui

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